quinta-feira, 29 de setembro de 2011

0028 - MARCEL LEROUX: A FÁBULA DO AQUECIMENTO GLOBAL


por Marcel Leroux [*]
entrevistado por Bernard Lugan [**]

 Julho-Agosto de 2007
MARCEL LEROUX ( 27 / 08 /1938 - 12 / 08 / 2008 )

O aquecimento global é uma singularidade? O aquecimento é global como dizem os alarmistas? O nosso futuro está ameaçado?

Estas são algumas das questões, além de outras, que foram levantadas pela La Nouvelle Revue d'Histoire, em 17 de Julho de 2007, numa entrevista. As respostas pertenceram a um cientista de alto nível (classificação da própria revista).

MC publicará a extensa entrevista em vários posts. Antes da primeira pergunta, La Nouvelle Revue d'Histoire escreve o seguinte intróito:
L'exploitation excessive de la Nature ou encore les nuisances provoquées par la société industrielle et l'économie de gaspillage sont des réalités évidentes. Certains de leurs effets sont visibles, d'autres moins.

En marge de ces réalités préoccupantes naissent cependant des modes ou des phobies qui s'apparentent à des mystifications. L'une d'entre elles est la question du "réchauffement global" de la planète, tarte à la crème d'habiles charlatans qui rapportent gros, misant sur la crédulité et la peur du public.

Pour en savoir plus, nous avons interrogé Marcel Leroux, professeur émérite de climatologie, ancien directeur du LCRE (Laboratoire de climatologie, risques, environnement) du CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique), membre de l'American Meteorological Society et de la Société Météorologique de France.
Apresenta-se seguidamente a entrevista.

La Nouvelle Revue d'Histoire – Um atributo do clima é a sua variação. Ora, surgiu um discurso em que se pretende apontar as variações actuais com um sentido inelutável de aquecimento do planeta. O estudo do passado permite corroborar esta interpretação?

Marcel Leroux – Não, visto que, à escala paleoclimática, as variações foram bastante mais importantes do que as que se anunciam.

Assim, em África, durante o DMG (Dernier Maximum Glaciaire), isto é entre 18 mil e 15 mil anos em relação aos nossos dias, as temperaturas médias eram inferiores às que conhecemos actualmente em 5 ºC e o deserto estendia-se consideravelmente para o Sul, enquanto que a floresta havia quase desaparecido.

Pelo contrário, durante o OCH (Óptimo Climático do Holoceno), entre 9000 e 6000 anos relativamente aos nossos dias, as temperaturas eram superiores às actuais em 2 ºC e a floresta ultrapassava largamente a extensão actual.

Quanto ao Sara, no OCH recolhia chuvas relativamente abundantes de origens, ao mesmo tempo, mediterrânicas e tropicais. Coberto de lagos e de pântanos, o Sara era percorrido por criadores de gado, como atestam numerosas gravuras rupestres.

La Nouvelle Revue d'Histoire – Depois de termos perdido a memória paleoclimática, será que também perdemos a memória de curto prazo em matéria climática?

Marcel Leroux – Nos tempos actuais, a memória climática tende a ser muito selectiva.

Não se ouve falar das temperaturas outonais do surpreendente mês de Agosto de 2006. Esquecemo-nos depressa do Inverno de 2006-2007 em que se bateram recordes de frio e de queda de neve. [Já pouco se fala do festival de neve deste Inverno de 2008-2009.]

Esquecemo-nos, ainda, do Inverno do ano 2000 quando a Sibéria registou as suas temperaturas mais baixas e quando a Mongólia teve de recorrer à ajuda internacional para enfrentar um Inverno rigorosíssimo.

Sem falar da omissão relativamente a África que beneficiou de uma pluviometria superior à normal no decurso dos anos 1960. Uma tal quantidade de chuva fez expandir a região do Sahel para Norte, com o recuo do deserto sariano.

Na mesma época, a floresta boreal e a exploração agrícola na Eurásia do Norte e no Canadá ganharam terreno em direcção ao Norte.

Depois, a partir de 1972, reverteu-se a tendência benéfica das precipitações em África. A pluviometria decresceu dramaticamente e o Sahel deslizou progressivamente para Sul.

La Nouvelle Revue d'Histoire – O Homem deve ter medo do aquecimento anunciado por certos "experts"?

Marcel Leroux – Historicamente, pode-se averiguar que os períodos quentes foram sempre tempos fastos. Por exemplo, foi o que aconteceu no início da nossa era durante os anos triunfantes da República e do Império romano.

Na época da epopeia dos vikings, que se estabeleceram na Gronelândia e no Norte da América, entre 1150 e 1300, vigorou um óptimo climático na Europa Central e Ocidental.

As culturas, em particular a vitivinicultura, deslocaram-se de 4 a 5 graus de latitude em direcção ao Norte durante esse óptimo climático. [Na Inglaterra produzia-se vinho até quase à fronteira com a Escócia.]

O "doce século doze" (gentle twelfth century) representou para a tradição escocesa uma "idade de ouro" com Invernos doces e Verões secos. Posteriormente, após uma queda nas temperaturas, produziu-se um retorno para um período "quente".

Este período quente, também conhecido pelos especialistas sob o nome de Óptimo Climático Medieval (OCM), favoreceu as grandes viagens que originaram as descobertas.

Por oposição, os episódios frios foram considerados como "períodos sombrios" (dark ages), como aquele que, depois de 1410, cortou as ligações com a Gronelândia. Ou como aquele da Pequena Idade do Gelo, entre 1600 e 1850.

A Pequena Idade do Gelo atingiu um maior rigor cerca de 1708-1709. Este curto período foi denominado por Réaumur (1683-1757) como "o ano do grande Inverno".

Os glaciares alpinos expandiram-se na Pequena Idade do Gelo. Os camponeses de Chamonix testemunharam essa expansão ao registarem, em 1789, as suas reclamações pelos estragos causados nos prados invadidos pelo gelo.

É, portanto, ridículo da parte dos media pretender que o calor seja sinónimo de calamidade. Em particular, durante o Inverno, a generalidade das pessoas pensa no Verão. Sonha com férias em Espanha ou em Marrocos. Isto é, sonha com o Sol!

Desta maneira, é incompreensível como "a inverosímil doçura" do mês de Dezembro de 2006, com uma factura energética atenuada pela menor necessidade de aquecimento, foi apresentada pelos media como uma catástrofe!

La Nouvelle Revue d'Histoire – Argumenta que o "avanço" do deserto do Sara para Sul não se deve às razões habitualmente invocadas. Mas se vier a verificar-se um aquecimento global sustentável não seria de recear os acontecimentos em África como são as previstas catástrofes aterradoras devidas à elevação das temperaturas?

Marcel Leroux – A história do clima mostra-nos que, em África, os períodos "quentes" foram, simultaneamente, chuvosos. Particularmente, isso aconteceu na Idade Média permitindo a prosperidade (entre 1200 e 1500) de grandes impérios saheliano-sudaneses.

O actual declínio das chuvas a sul do Sara é oposto a um cenário de "aquecimento". Trata-se de uma flagrante objecção ao diagnóstico feito pelo IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climática).

Convém salientar que nos Trópicos as precipitações acontecem maioritariamente nas estações quentes. Se viesse a verificar-se um aquecimento, este traduzir-se-ia por uma melhoria da pluviometria. Mas não é esse o caso actual.

O deslizamento actual para Sul da zona saheliana, donde da do Sara, é da ordem de 200 km a 300 km. Este fenómeno que começou nos anos 1970, inscreve-se nos mesmos fenómenos do DMG (Dernier Maximum Glaciaire), entre 18 mil e 15 mil anos antes dos nossos dias.

Durante o DMG o Sara deslocou-se 1000 km para Sul. Este deslocamento resultou, não num contexto de aquecimento dos Pólos, mas, pelo contrário, de uma situação de acentuado arrefecimento dos Pólos [tal como sucede actualmente].

Este facto contradiz, mais uma vez, o infundado cenário de aquecimento global do IPCC, sustentado pelos ambientalistas e pelos media.

La Nouvelle Revue d'Histoire – Qual é a base para o que qualifica como "mito do aquecimento global" planetário?

Marcel Leroux – Em 1988, os Estados Unidos da América viviam dramaticamente num período de uma seca acompanhada de ventos e poeiras. Esta situação recordava os anos 1930 do Dust-Bowl . John Steinbeck ilustrou-a em "As Vinhas da Ira" .

Em Junho de 1988, James E. Hansen (cientista da NASA) [*] apresentou-se no Congresso dos EUA com uma curva das temperaturas médias anuais de anos anteriores às quais acrescentou as temperaturas médias determinadas para os cinco últimos meses.

O ardil de misturar temperaturas anuais com mensais fez escalar artificialmente a curva das temperaturas médias anuais dos EUA. Este procedimento desonesto disparou o "pânico climático" já preparado desde longa data pelos movimentos ambientalistas. Foi assim que se criou o IPCC.

A partir desta data, o número de pretensos climatologistas, a mais das vezes auto-proclamados ou designados pelos governos, aumentou de uma maneira vertiginosa. O clima tornou-se o assunto das organizações ambientalistas, dos jornalistas ditos científicos, dos media e dos políticos.

Ao mesmo tempo, tudo foi hipersimplificado pelos delegados designados pelos governos e denominados "experts" (portanto, políticos ou cientistas politizados). Os "experts" decidiram, como em Paris em Fevereiro de 2007, a redacção do "Resumo para Decisores" (Summary for Policymakers).[Ver A politização da ciência ]

Durante as cimeiras do IPCC são orquestrados, com fortes simplificações e regateios entre os tais "experts", e até com mentiras descaradas, os "golpes" mediáticos destinados a impressionar a opinião pública e dos decisores políticos.

Deste modo, em 1995, foi introduzida, fora do debate científico, a afirmação nunca demonstrada da "responsabilidade do Homem no aquecimento global". Com estes procedimentos, fica-se cada vez mais longe da climatologia!

Mas é desta maneira que os políticos e os media sobem a parada do catastrofismo do aquecimento global … com a mesma garantia e o mesmo vigor com que nos anos 1970 anunciavam a entrada numa "nova idade do gelo"!

La Nouvelle Revue d'Histoire – Avancemos, se não se importa, para o efeito de estufa. Devemos acreditar nos "experts" e nos media quando afirmam que o CO2 é o "único" factor das alterações climáticas e de todos os fenómenos meteorológicos?

Marcel Leroux – O vapor de água contribui com 95 % para o efeito de estufa. O dióxido de carbono, ou CO2, representa apenas 3,62 % desse efeito de estufa, ou seja 26 vezes menos do que o vapor de água.

O vapor de água é quase 100% de origem natural, como a maior parte dos outros gases existentes na atmosfera (CO2 ou CH4). O efeito de estufa é pois essencialmente um fenómeno natural.

Apenas uma pequena proporção (efeito de estufa dito antropogénico) pode ser atribuída às actividades humanas: um valor global de 0,28 % do efeito de estufa total, do qual um valor parcial de 0,12 % do CO2, isto é, uma proporção insignificante, desprezável.

É insensato pretender que os teores actuais na atmosfera nunca tenham sido tão elevados desde há … 650 mil anos, segundo a última efabulação. Tanto mais que os estudos paleoclimáticos revelam não existir relação entre o CO2 e a temperatura!

Em resumo, nenhuma relação causal, fisicamente fundamentada, provada e quantificada, foi estabelecida entre a evolução da temperatura (aumento, mas também diminuição) e a variação do efeito de estufa pelo CO2.

A fortiori, nunca foi demonstrada qualquer relação entre as actividades humanas e o clima: o Homem não é de modo algum responsável pelas alterações climáticas.

La Nouvelle Revue d'Histoire – Perdoe-nos esta questão brutal: a Terra aquece, sim ou não?

Marcel Leroux – A temperatura média dita "global" aumentou 0,74 ºC no decurso do período 1906-2006 (IPCC, 2007). Mas, sobretudo, os dados de observação mostram que houve regiões que aqueceram, enquanto que outras arrefeceram.

Certas regiões arrefeceram como o Árctico ocidental e a Gronelândia, enquanto que outras aqueceram como o Mar da Noruega e os seus limites, da ordem ± 1 ºC à escala anual e da ordem de ± 2 ºC no Inverno, no decurso do período de 1954-2003. [Os valores positivos referem-se às regiões que aqueceram e os negativos às que arrefeceram.]

O espaço do Pacífico Norte conheceu uma evolução comparável com um arrefecimento do lado da Sibéria Oriental, particularmente no Inverno, e um forte aquecimento do Alasca e do Estreito de Bering.

É pois absolutamente inexacto pretender que o planeta tenha aquecido. As "alterações climáticas" não são sinónimo de "aquecimento global" por que não existe clima global.

Além disso, como acabo de vos dizer, a evolução do clima não depende de qualquer maneira do CO2. O Homem não é em qualquer caso responsável pelo clima, salvo no caso limite das cidades.

La Nouvelle Revue d'Histoire – Como responder àqueles que anunciam fortes ameaças para o Árctico e para o Antárctico?

Marcel Leroux – Mistura-se tudo: clima, poluição, ecologia e ecologismo, desenvolvimento sustentável, sensacionalismo mediático, propaganda e factos reais, muitas vezes distorcidos, política e interesses económicos (confessados e inconfessados).

Deste modo, as incoerências, as afirmações gratuitas, as impossibilidades físicas e as mentiras descaradas são múltiplas.

La Nouvelle Revue d'Histoire – Contudo, "a Gronelândia funde" e o Antárctico desloca-se.

Marcel Leroux – É verdade que o gelo funde nas baixas camadas, à volta da Gronelândia, que são atingidas pelo ar quente vindo do Sul. Mas, em 1816 e 1817, por exemplo, podia-se atingir o Pólo andando pela costa gronelandesa.

Em compensação, os satélites mostram que no pico a Gronelândia arrefeceu e o manto de gelo tem crescido 6 cm por ano devido às abundantes quedas de neve.

Quanto ao Antárctico, é particularmente estável e beneficia mesmo de um ganho de massa glaciar na sua parte oriental. A Península do Antárctico constitui uma excepção bem conhecida dos climatologistas.

Devido à sua latitude e à proximidade dos Andes, as depressões austrais conhecem aqui uma evolução notável. São canalizadas vigorosamente para o Sul como um fluxo ciclónico quente e húmido [1] .

Tais depressões atmosféricas são cada vez mais cavadas. As trajectórias são cada vez mais meridionais. A temperatura do ar que transportam é crescente [2] .

Tal como na vizinhança do Mar da Noruega (ou ainda na região do Alasca – Estreito de Bering), o aquecimento da Península do Antárctico é comandado pela intensificação da circulação de ar quente e húmido de origem tropical dirigido para o Sul.

Contrariamente à falsa afirmação do IPCC de que é o efeito de estufa que aquece a região da Península do Antárctico, é o ar quente importado pelo Pólo – em troca do ar frio exportado a partir do centro do Antárctico – que é responsável por esta situação.

O ar quente é dirigido para o Pólo através de uma intensificação da circulação do ar quente e húmido que vem de longe. É de origem tropical. Quanto mais intensa é a exportação de ar frio, mais intensa é a importação de ar quente.

La Nouvelle Revue d'Histoire – Como é que explica então as alterações que se observam na Europa?

Marcel Leroux – A fim de responder à vossa questão de modo a ser compreendido pelos não-especialistas, diga-se que no espaço do Atlântico Norte o Árctico ocidental arrefece e que os anticiclones que saem do Pólo são mais potentes.

Nesse espaço, os retornos do ar ciclónico associado às depressões transportam mais ar quente e húmido de origem subtropical, mesmo tropical, para o Mar da Noruega e para lá deste.

Consequentemente, a temperatura sobe e as precipitações (de neve em altitude, sobre a Gronelândia e na Escandinávia) aumentam.

Quando a pressão baixa as tempestades aumentam, com depressões mais numerosas atingindo latitudes mais setentrionais [3] .

Como a Europa Ocidental está situada na trajectória dos retornos ciclónicos do Sul, ela beneficia também do aquecimento, e mesmo de um excesso de chuva.

É necessário verificar que no Atlântico a aglutinação anticiclónica (AA), correntemente chamada anticiclone dos Açores, é mais potente e mais estendida para o Sul.

É devido à extensão para Sul da AA que o Sahel atlântico, nomeadamente o arquipélago de Cabo Verde, sofre uma seca mais pronunciada que no continente vizinho.

O Mediterrâneo que prolonga este espaço atlântico está mais frio e, portanto, mais seco na sua bacia oriental (como na Europa central), enquanto que a pressão atmosférica à superfície é igualmente crescente.

Em particular, é esta alta pressão atmosférica, e não o CO2, que é simultaneamente responsável, nas nossas regiões, pelas longas sequências de falta de chuva (ou de neve nas montanhas) e de calor, mesmo de canícula como a de Agosto de 2003.

Estas sequências de seca e de calor agravam-se quando a situação anticiclónica permanece estável durante muito tempo.

La Nouvelle Revue d'Histoire – Contudo, como se diz frequentemente, "os glaciares desaparecem…"

Marcel Leroux – Porque não se diz que eles estiveram ainda mais reduzidos, como aconteceu nos Alpes, durante a Idade Média e que o comprimento da língua glaciária hoje observável depende da sua alimentação em neve anterior ao período actual?

É tanto mais verdade que, noutro exemplo hipermediatizado, à altitude das neves do Kilimanjaro, próximo dos 6000 metros, não foi a temperatura (inferior a 0 ºC) que variou mas sim, como em muitas outras regiões, as condições de pluviosidade que se modificaram [4, 5] .

La Nouvelle Revue d'Histoire – Diz-se igualmente que os ciclones são cada vez mais numerosos e cada vez mais violentos.

Marcel Leroux – Os especialistas de meteorologia tropical não têm essa percepção, mas eles não são escutados… Afirmam mesmo que não se observa qualquer tendência para o aumento da frequência e da potência dos ciclones tropicais.

No colóquio sobre ciclones tropicais realizado na Costa Rica, sob a égide da Organização Meteorológica Mundial, em Dezembro de 2006, concluiu-se mesmo que "nenhum ciclone pode ser atribuído às alterações climáticas".

Chris Landsea, especialista incontestado de ciclones, preferiu demitir-se do IPCC do que "participar num processo motivado por objectivos preconceituosos e cientificamente não fundamentados".

Mas os estragos provocados pelos ciclones oferecem tão "belas imagens" às revistas e aos telejornais… O exemplo do Katrina foi explorado sem vergonha embora a rotura dos diques de Nova Orleães tenha sido uma catástrofe já anunciada desde há longa data… [Ver Ainda a tragédia de Nova Orleães ]

La Nouvelle Revue d'Histoire – Entre várias catástrofes anunciadas, alguns media afirmam também que o Gulf Stream vai parar…

Marcel Leroux – Para que isso acontecesse seria necessário que o vento, motor das correntes marítimas superficiais, deixasse de soprar, isto é, que toda a circulação atmosférica, assim como a oceânica, fosse bloqueada o que é naturalmente inverosímil!

Afirma-se também que "o nível do mar sobe" … mas nenhuma curva prova essa afirmação, salvo para alguns hipotéticos centímetros (12 cm em 140 anos) e ainda não desapareceu submergido qualquer território.

As predições, sobretudo de carácter "hollywoodesco", são temas que têm saído dos modelos informáticos do clima cuja fiabilidade científica é fortemente contestável.

Para cúmulo depreciativo dos modelos, são os próprios matemáticos que julgam que "os modelos empregues são sumários, grosseiros, empíricos e falaciosos" e que "as conclusões que deles se tira são desprovidas de qualquer valor de predição" [6] .

La Nouvelle Revue d'Histoire – Qual é o futuro da climatologia dentro do actual panorama politicamente correcto do debate sobre o clima?

Marcel Leroux – Em vez de traçar cenários hipotéticos para 2100, a climatologia, que se encontra num impasse conceptual desde há cinquenta anos, deveria contribuir eficazmente para a especificação de medidas de prevenção e adaptação ao clima futuro próximo.

A alteração climática – é o próprio clima que evolui constantemente – é bem real, mas é antinómica do cenário "quente" que nos é actualmente imposto, como prova a elevação contínua da pressão atmosférica em numerosas regiões como acontece em França.

Esta alteração do clima não é aquela prevista pelo IPCC. Os teóricos e os modeladores preocupam-se pouco com a observação dos fenómenos reais. São as razões e os mecanismos desta alteração permanente que a climatologia deve definir seriamente.

Ao mesmo tempo, as outras disciplinas que se misturam com a climatologia, mas que para progredirem não têm necessidade do ilusório espantalho climático, poderão dedicar-se eficazmente na luta contra a poluição ou pelo desenvolvimento sustentável.
Notas
(1) Leroux, M. (2005) - Global Warming: Myth or Reality? The Erring Ways of Climatology, Praxis-Springer, 509 pp.
(2) Pommier, A. (2005) - Analyse Objective de la Dynamique Aérologique de Basses Couches dans l'Espace Atlantique Nord: Mécanisme et Évolution de 1950 à 2000, Thèse Universitaire, LCRE, Lyon.
(3) Pommier, A. (2005) - Analyse Objective de la Dynamique Aérologique de Basses Couches dans l'Espace Atlantique Nord: Mécanisme et Évolution de 1950 à 2000, Thèse Universitaire, LCRE, Lyon.
(4) Leroux, M. (1996, 2001) – La dynamique du temps et du climat, Masson-Sciences, Dunod, 367 pp.
(5) Leroux, M. (1998) – Dynamic analysis of weather and climate, Wiley-Praxis series in Atmosph. Phys., 365 pp.
(6) Beauzamy, B. (2006) – Le réchauffement climatique: mystifications et falsifications , Société de Calcul Mathématique, SA, note adressé au Sécretariat Général de la Defense Nationale, Fevereiro de 2006, 10 pp.
(*) James E. Hansen foi recentemente preso numa manifestação carbo-fóbica de desobediência civil. Hansen afasta-se cada vez mais da ciência.





  • Ver também Aquecimento global: uma impostura científica , artigo do Prof. Marcel Leroux.

    [*] Marcel Leroux , falecido em 2008, foi o mais eminente cientista da climatologia contemporanea. A sua obra revolucionou esta ciência, estabelecendo-a em novas bases teóricas coerentes com as observações empíricas proporcionadas pelos satélites. A climatologia pode ser dividida em antes e depois de Marcel Leroux.
    [**] De La Nouvelle Revue d'Histoire. 

    O original encontra-se em NRH nº 31 de Julho-Agosto de 2007.   Tradução de http://mitos-climaticos.blogspot.com/ . 


    Esta entrevista encontra-se em http://resistir.info/ .





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